Selath Sagrav Chefe - Amon
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| Assunto: Novela - Relações Conturbadas Sáb Fev 04, 2012 3:55 pm | |
| Autor: Thales "Selath Sagrav" Vargas; Gênero: De tudo um pouco, do jeitinho que eu gosto; Resumo: No início de cada arco há uma descrição própria. 1º Arco - Relação mal resolvida- Spoiler:
É isso o que acontece se um assunto fica pendente por séculos. Fazia frio do lado de fora das muralhas das Ruínas, onde a Grand Chase havia sofrido sérias avarias para derrotar Vairne e Drall. Mas isso não incomodava o inconsequente asmodiano, é claro. A massiva energia sombria contida em sua garra, conhecida como O Arsenal Demoníaco, o mantinha aquecido. Ele devaneava sobre o enorme portal que sua amiga de infância havia aberto para que finalmente derrotassem Drall... Não há duvidas... Aquele era Taurus. Mas aquele portal... Aquilo era grande demais! A Rey exagerou se queria que apenas a pata dele surgisse. Tenho um mal pressentimento sobre isso... Mas se ela pode fazer isso, não poderia nos levar para a casa depois? Por hora é melhor mantê-la por perto... Por mais que isso me custe a paciência. Mas seus pensamentos não permaneceram em foco por muito tempo, o jovem asmodiano sentiu uma presença pequena atrás dele e... Conhecida? - O quê você quer Sebastian?! – Virou-se bradando, inconformado. O problema é que não era exatamente quem ele pensava, embora tão dispensável quanto. Mal ele se virou, já teve o braço abocanhado por um Cão Demoníaco, que para sua infelicidade, era um Bastião. - Já chega! - Isso Mary! Pega o bicho! Ah, é só você Dio. Achei que fosse mais um daqueles lobos cabeludos e feiosos. Fu, fu, fu, fu... Ei, o quê você... Dio não havia esperado ela terminar, já havia esmagado a invocação com sua Garra Demoníaca, mandando-a de volta para sua dimensão, Elyos. - Como ousa fazer isso com minha Mary?! Dio, seu inútil! Desculpe-se agora mesmo e... Mas novamente, o jovem, selvagem como deve ser um bom Drakar, não estava de brincadeiras. Ele não pensou duas vezes antes de pegar a garota pelo braço e forçá-la contra os muros das Ruínas. - Ai Dio! Isso doeu, por que você está tão... – Mas a asmodiana parou no meio de suas vãs reclamações, pois percebeu que Dio estava sério, e muito. - Qual é o seu problema?! Por mais que relações violentas sejam normais em nossa dimensão, até eu acho que você exagera! Eu aturo você desde que era uma criança! Se me odeia tanto, por que insiste em me perturbar?! Não seria mais fácil simplesmente ficar longe de mim?! Mas é claro que ele não estava interessado em respostas, queria apenas soltar sua raiva acumulada, o que do ponto de vista asmodiano... É bem normal. Sendo assim, virou-se imediatamente e se dirigiu para mais longe ainda de onde estava o resto da Grand Chase. - Eu não te odeio... – Sussurrou Rey. - Hã?! - Nada! Seu inútil idiota! – Disse ela, já entrando em um vórtex. De volta ao acampamento, Rey foi recebida por Elesis e Ronan. - Finalmente! Onde está Dio? Nós estamos planejando nossos próximos passos. – Começou a auto-intitulada líder, por mais que Lothos nunca tivesse atribuído tal posição a ela. Mas, quando a carapuça serve... - Esqueça aquele inútil! Ele não irá fazer nada que mandem mesmo. E, seja o que for, o James da conta. Certo? - É claro, Milady. - Gahhhhhhhh!! – O urro foi escutado a distância, seguido de um... Mugido? Ensurdecedor. Nesse momento toda a Grand Chase correu para o local onde estavam os três, toda mesmo, com exceção de Mari, a garota de Calnat que havia sido sequestrada. Mas os presentes já estavam de armas em punho. - Isso foi... Uma vaca? – Questionou Ryan. - Bom, o Dio não foi. – Respondeu Ronan, analisando a tensa atmosfera friamente. Sem dar tempo para que os outros a acompanhassem, Rey se teleportou em direção aos sons, a tempo de ver Taurus, o colossal e monstruoso demônio boi que aterrorizava parte de Elyos, prestes a transformar Dio em massa... Massa bem fina. Pensando rápido, a asmodiana criou uma Barreira ao lado do companheiro. Mas é claro que isso absorveu quase nada do golpe desconcertante que vinha em direção ao jovem... E que o atingiu em cheio pela lateral. Com seus séculos, se não milênios de experiência, e fazendo jus ao título de Líder do Clã do Desfiladeiro Flamejante, Dio abriu suas asas com destreza, desacelerando o vôo. Mas novamente, não foi o suficiente, pois ele chocou-se com tudo contra uma arvore da floresta que cercava as Ruínas Antigas, caindo de joelhos, com a visão turva e algumas costelas quebradas. - Seu inútil! Você se acha poderoso o suficiente para enfrentar Taurus sozinho?! Quer se matar? Não vai provar nada para ninguém fazendo isso! – Cumprimentou gentilmente Rey, levantando Dio pelo braço. - Me solte mulher! Se você se acha tão útil assim, faça algo a respeito do problema que você trousse para cá! Ou melhor, faça algo de útil e me solte, para eu mostrar quem é o inútil aqui! – Descarregou novamente o jovem, soltando-se com um movimento brusco do ombro. Mulher? Ele... Ele pensa em mim assim? Eu não atingi a maioridade ainda, ele é o Líder de um Clã... Eu não passo de uma mensageira de meu pai, a princesa dos Von Crimson. Ele me vê como uma igual? Rey rapidamente afastou seus pensamentos ao ver Dio, mal acabado, mancando em direção à criatura mais temida de todo submundo. - I-i-idiota, não me-me escutou?! Eu-eu... Eu mandei você ficar... Sua frase típica foi interrompida novamente, mas esta não foi uma interrupção típica de forma alguma. Dio voltou num bater de asas, agarrou Rey pelo braço roxo carnudo, de pele macia, com sua mão normal, como muitos imaginam a tempos. Sem dar tempo para perguntas forçou-a, embora não tenha havido resistência alguma de parte dela, para perto dele, em um beijo longo... E esclarecedor. - Em primeiro lugar, – Começou ele aproveitando o momento de perplexidade da companheira – você não manda em mim. E em segundo lugar, eu tenho que limpar logo a sujeira que você fez, pois do contrário, vão acabar botando a culpa de qualquer problema envolvendo Ernas – mundo humano - no Profano aqui. Alfred, venha, precisarei de ajuda. Comece o ritual da quebra de selo do Sebastian... E do meu também. - Tem certeza, Jovem Mestre? Eu posso controlar o Sebastian facilmente, mas se o senhor perder o controle... Dio não respondeu, seus olhos mostravam um brilho decidido, como ninguém nunca havia visto antes. - Romper Selo de Terceiro Nível! Despertar do Asmodiano! 2º Arco – Relação Animalesca- Spoiler:
É isso que acontece quando brincadeiras exageradas dão certo. - Flecha de Luz!! – Foi o que se pode ouvir do grito, como que magicamente elevado, vindo da bela elfa de cabelos loiros que balançavam naquela luta voraz. Bom, foi o que se ouviu antes de um zunido ensurdecedor, como que quebrando o que poderia ser o próprio som. A seta de pura energia explodiu no ombro da gigantesca criatura. Podem imaginar o espanto da equipe ao ver, após recuar um passo por conta do impacto, Taurus continuar a passos largos na direção deles como se nada tivesse acontecido. Mas os olhos do touro endiabrado tinham um alvo bem específico. A fonte daquela energia divina e tão perturbadora para ele, Lire. - Onde está a maldita da Rey?! – Bradou Elesis – Essa coisa não foi obra dela?! - Ah, ela deve estar namorando com o Dio! Eles não foram juntos pro matinho ali atrás? – Disse a garota de cabelos rosados e sorriso inocente. - Aqueles dois? – Prontamente respondeu Jin – Acho meio difícil... - Cuidado, ele está vindo. – Completou Zero, sem tirar os três olhos da criatura. - Então por que não se apressa e vai até ele idiota?! Use-me de uma vez! Essa ultima voz veio do nada, mas isso não tem importância. O que se seguiu foi uma série de ataques poderosos, vindos de todos os membros presentes da Grand Chase. Mas o monstro não se importava. Aquilo sequer o fazia sentir cócegas. Ele só tinha uma coisa em sua mente tumultuosa... Destruir aquela criatura divina. E foi nesse momento que a elfa se viu entre os gigantescos muros das Ruínas... E um ser que ela sabia ter apenas uma razão de existir: espalhar destruição e morte por qualquer lugar que passasse. A garota, com dignidade, curvou-se, fitando o chão e rezando por seus amigos, enquanto, da boca da criatura, surgia uma energia negra pura. Pura e tão maciça, que fazia seu interior tremer. Ela sabia do fundo da sua consciência que não havia escapatória. Mas, para sua felicidade, ela estava errada. Assim que aquele feixe de energia negra passou por cima dela em linha reta, ela se viu... Enterrada? Não demorou muito até a terra voltar ao chão. E foi ai que ela viu Ryan. O druida estava parado ao seu lado, com a mão e parte do braço totalmente em carne viva, de joelhos, segurando um pequeno totem envolto em energia élfica. Mas havia algo mais... O braço dele parecia... - Ryan, o seu braço! – Mas ela mal havia começado a falar o garoto agarrou o próprio pulso e urrou. Um urro de pura dor, que fez os ossos de Lire tremerem. - Espere, levante, eu vou te tirar... – Mas Taurus já preparava outro disparo. - Ah, me dêem um tempo! – O imortal girou sua enorme montante, a poderosa Soluna, e desferiu um golpe envolto em uma energia que parecia puro ódio, mas se mantinha calma. – Destruidor de Almas!! – O baque foi desferido na perna da criatura, mas pareceu acertar muito mais que isso. Taurus (Por favor, imaginem algo como um minotauro, sim?) cambaleou e caiu em um dos joelhos, disparando a energia contra as Ruínas, bem longe de nossos heróis. - Alguém poderia... - Barreira de Gelo!! – Ele nem precisava dizer, a poderosa Arquimaga congelou o monstro até a cintura e depois correu até o par de elfos. – Venham. Os três correram para uma zona mais segura, onde Arme prontamente começou a curar o rapaz... Mas sem sucesso. Aquela corrosão negra já atingia o ombro do rapaz a essa altura. - Eu não posso curar isso se esta coisa continuar corroendo o braço dele! Eu vou ficar retardando o efeito, mas... - Arme... Lire... – Ryan sussurrava muito baixo. – Aquela coisa está destruindo a floresta... Impeçam-na! - Paft! – Lire, o que você?! A garota tirava a mão do rosto, agora vermelho, do elfo. E ele se calou. Ela chorava, e muito. Estava evidente que tentava esconder os soluços. - Você é... Seja mais egoísta seu ecologista fanático! Do que adianta eu ir lá e proteger um monte de árvores se quando eu voltar você não estiver de olhos abertos para vê-las! O que você... Espere... O garoto arrastava seu machado para perto com a mão boa. - Você tem razão Lire. Arme. Corte o meu braço. - O quê?! Não! Arme! - Lire... – A maga já levitava o machado do chão áspero. – Ele tem razão. Nós não temos como parar isso. – A pequena garota ergueu o machado sem nenhum remorso. Ela sabia que precisava ser feito, e sabia que a amiga não conseguiria fazê-lo. - Arme! Não! Tarde demais. O machado descia... O sangue jorrava... E o braço renascia... Do ombro de um Lobisomem. - A Lua... É linda não é? – O lobo se ergueu passando suas garras pelo contorno dos cabelos da elfa. – Ela parece que ilumina você mais do que as outras pessoas. A maga riu. A elfa abraçou-o ao mesmo tempo em que desferia um leve soco no ombro de onde agora se projetava uma asa. O Nephryn voltou a se dirigir ao campo de batalha, mas pode ouvir claramente o ruído quase inaudível. - Bobo. 3º Arco – Relação Nobre- Spoiler:
É isso que acontece quando o Título importa mais que o Caráter. - Isso está para se tornar ainda mais problemático... - MAIS problemático, Ronan?! – Exclamou indignada a Cavaleira Vermelha. - Invocar os dois me custou o que restava de energia... – O homem comentava calmamente, referindo-se a Arcanja e ao Dragão que distraiam Taurus no momento. – E, além disso, nossos números estão diminuindo. – Terminou ele, embainhando Tyrfing, com medo que ela pudesse dominá-lo enquanto fraco. Infelizmente, ele tinha razão. Dio e Ryan estavam gravemente feridos. Já Rey, Lire e Arme, embora bem, demorariam a voltar. A equipe que continha o Demônio contava com apenas oito dos integrantes. Mas deixando isso de lado, o que mais desgastava os dois Cavaleiros era não ter a mínima ideia do que fazer quanto ao Gigante. - Menos papo, mais Hayaaaa! – Gritou Sieghart enquanto dançava loucamente envolta das pernas da criatura, desferindo poderosos golpes vez que outra. – Pensar agora não adianta de muita coisa. Concentre-se em segurar essa coisa até a Rey e o Dio darem um jeito. - Não pense que pode me dizer o quê fazer seu velho! Você pode ser meu ancestral, mas de Nobre não tem nada! – Retrucou Elesis, embora já estivesse obedecendo-o ao correr em direção à criatura. Os comentários de Sieghart pareciam ter sido ouvidos, pois, da floresta ao longe, veio a voz inconfundível do Drakar: - Me deem mais tempo! Em breve darei conta desse desgraçado. - Como quiser! Ahhhhh, Amyzilla!! Não posso negar que descrever essa cena me faz querer rir. Imaginem uma garotinha gigantesca com roupa de dinossauro golpeando um minotauro igualmente colossal. A garota era acompanhada de perto por Jin que, com disparos de energia, pressionava Taurus para longe das Ruínas. Nesse momento as invocações do Cavaleiro de Canaban sumiram, voltando como em um turbilhão de energia para a esfera que brilhava entre os dedos do jovem. Reabastecido, sacou a espada amaldiçoada e partiu para o ataque. Elesis, percebendo a intenção do rapaz, partiu em disparada lado-a-lado com ele. Ver dois Espadachins bem treinados na arte da guerra lutando juntos é algo. A valsa dos bailes é equiparável a isso no ardor da batalha. Os dois golpeavam o tornozelo do monstro em um ritmo que estava costurado na mente dos dois. Em meio a todos esses ataques, Taurus finalmente cedeu... Cedeu de uma forma nada vantajosa. Enquanto ele caía para o lado, a transformação da Caixa de Pandora terminou, deixando-os sem nada entre um gigante em queda e nossos pobres heróis. - Ahhhhhhhhhh! – Urrou Elesis. - Mas o quê? – Ao virar-se, Ronan viu a perna da garota sendo esmagada aos poucos pelo monstro que caía. Desesperado, ele desferiu diversos ataques, mas o gigantesco membro não se deslocava. – Alguém! Zero atendeu ao chamado. Cravando Grandark no chão por baixo do monstro ele gritou: - Erupção de Ferroadas!! – A espada se transformou em um núcleo, de onde saíram diversos espinhos enormes. Esse monte de espinhos conseguiu afastar o demônio caído da garota... Mas uns ossos quebrados e uma bela hemorragia já eram inevitáveis. - Amy! - Ronan, me perdoe, eu não tenho mais energia... - Calma, eu vou te levar até a Arme, ela vai saber... - Eu posso lutar! Isso não é nada! Uma Cavaleira Vermelha não foge de uma batalha. Você é o Príncipe de Canaban, você sabe a vergonha que é sair do campo de batalha se não for vitorioso ou morto! Se você quiser me ajudar, que busque a Arme e a traga aqui, eu continuarei lutando como me foi ensinado... - Eu não tenho tempo para convencer você de que sua vida é mais importante pra mim do que algo como honra! Só cale a boca e me deixe te carregar! Algo como honra... Elesis ficou muda. Ronan é o homem mais honrado e nobre que conheço. Ele acabou de descartar isso como se não fizesse diferença... Somente por uma perna que eu quebrei? Isso não é certo... - Ronan, eu não preciso que você faça isso por mim. Eu posso... - Você vai mesmo me fazer repetir? Eu nunca mais vou por minha honra acima da vida de um companheiro! O que aconteceu com Hareupe... Nunca mais deixarei algo como aquilo se repetir. Hareupe? Eu sei que já ouvi esse nome... Bom, não importa, agora eu tenho que convencê-lo a... - Se você estiver pensando em uma forma de me convencer a voltar, não desperdice suas forças. Não fale nada até Arme dar um jeito em você. – Ronan corria pelas Ruínas com a ruiva nos braços. Por pior que a situação fosse, ele não conseguir evitar sentir-se feliz com aquilo. - Okay... - Oh? Rendeu-se fácil assim? – Começou ele mais uma brincadeira típica de guerreiros. - Esse Hareupe... Quem era? - Meu mestre. Foi a pessoa mais importante na minha vida, e eu falhei com ele... Olhe, eu prefiro não falar sobre... - Você se referiu a mim como alguém importante como ele antes... - O quê? Ah, isso, eu... – Conforme o Cavaleiro foi ficando vermelho, um sorriso largo se abria no rosto da menina encolhida em seus braços. – Bom, esqueça isso! Veja. – Enquanto isso Ryan passava por cima deles em direção à batalha. – Devemos estar quase alcançando a Lire e a Arme. Até lá preserve suas... - Então antes disso... - Hmm? Ei, Elesis, não é uma boa hora para... Ronan não terminou sua frase, mas parou de correr. Ele também não queria chegar até as garotas antes disso. O beijo foi longo e sincero. Ele esperava aquilo a muito tempo, então não importou-se em ficar ali parado, segurando-a. - Espero que isso possa compensar a honra que você sacrificou por mim. - Eu acho que vou ter de me desonrar muito daqui para frente então. A ruivinha não respondeu. Apenas se aninhou contra o peito do jovem e deixou que ele a levasse em silêncio, enquanto o respeito e a paixão cresciam em seu interior.
Continua...4º Arco - Relação Servil
Última edição por Selath Sagrav em Sáb Set 08, 2012 9:18 pm, editado 8 vez(es) (Motivo da edição : Adicionando 3º Arco) |
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