"Olá." - Personagem falando normalmente.
"Espada de Fogo!" - Personagem conjurando uma magia ou habilidade.
'Quem será que é..?' - Personagem pensando.
"MALDITO!" - Personagem falando com voz demoníaca/com grande autoridade/etc.
Um soldado se aproximou dele. “General Oráculo Kaien, senhor! Nosso grupo começará a viagem para Ventus em duas horas, senhor!”, falou. “Entendido. Vou levar nosso ‘pequeno’ amigo fugitivo aqui para as carroças. Haha.” foi a resposta de Kaien, risonho, enquanto levantava Selath.
2 Anos Depois
Um pequeno garoto de cabelos escuros anda pelas ruas de Ventus, aparentemente se deslocando para o centro da cidade. Ele para, olha para os céus com seu único olho e suspira.
‘...A quanto tempo estou aqui mesmo?’ indaga-se ele.
‘Desde que todos foram mortos, que viajei para tornar-me mais forte. Muito tempo desde que perdi os cabelos dourados que marcam os da família di Canaban...’. Com outro suspiro ele continua a traçar seu caminho pela cidade até ficar de frente com uma grande edificação, portas metálicas o aguardando. A Academia.
A Academia de Armas de Ventus é uma instituição muito respeitada, liderada por grandes nomes dos Cavaleiros de Ernasis. É lá onde destinados à grandeza dão seus primeiros passos, onde pessoas normais podem se tornar soldados formidáveis da Força Imperial. Normalmente, pessoas só entram e são ensinadas mediante um convite ou um rigoroso teste de entrada, mas a situação no império exige que os mestres da academia ensinem todos os convocados para a Força.
“...Chris.”, sussurra um garoto de cabelos brancos, ao perceber a entrada de seu companheiro na sala. “Izael. Bom dia.” responde Christopher com um sorriso, enquanto se senta na mesa ao lado de Izael – que agora estava ocupado tentando acordar Selath antes das lições começarem.
Sem nada pra fazer antes da aula, Christopher começa a observar o uniforme das pessoas em volta. Todos os estudantes trajando o uniforme tradicional da academia, ideal para situações de combate e ao mesmo tempo comfortável para o aprendizado teórico. Um casaco branco, reforçado e refrigerado por runas mágicas engravadas na parte de dentro, e simples calças cinzas. O casaco em si custa uma fortuna por causa do reforço mágico, mas o uniforme foi dado de graça aos convocados.
‘É só se preocupar em não o perder-’
“Bom dia~!” A voz suave vinha de uma garotinha loira, que não aparenta ter mais que 13 anos, que havia entrado na sala. Imediatamente, todos os alunos endireitaram-se em seus assentos, e Selath acordou com um pulo. Eles haviam aprendido bem cedo a respeitar essa professora.
Flashback:
“Eu sou a professora de vocês, Frelia! Vamos fazer um trabalho maravilhoso juntos!” falou a professora, com uma voz estranhamente melódica e cheia de energia. Um grande contraste dos alunos, que estavam chocados pela aparência da professora.
Uma criança de cabelos curtos e loiros, vestindo vestes verdes como seus olhos.
“Isso aí é nossa professora?” – um dos alunos mais ousados exclamou – “Mas é só uma criança!”. Este aluno se arrependeu imediatamente ao ver uma mudança brusca no brilho alegre dos olhos da garotinha. Ela abriu a boca, levando suas mãos à frente da sua face, unidas como se estivesse segurando algo. Um círculo mágico verde apareceu em frente aos seus lábios, e imediatamente a face do garoto encontrou a madeira de sua mesa, deixando uma marca. Os alunos em sua volta só perceberam um vento gélido fortíssimo e um sussuro dizendo “Aeris.”.
Depois desse incidente, ficou-se entendido entre os estudantes que não deveriam levar os professores pelas aparências. Ela foi apresentada depois como um dos Generais Oráculos, a força de elite do reino. Frelia, a Brisa Gentil. ‘Também houve o incidente com o Selath dormindo na aula dela, mas prefiro nem lembrar disso... Eu quase me encrenquei também.’ lembrou Christopher, pensativo.
“Bem vindos ao último ano de vocês aqui na Academia! Agora vocês vão aprender o que reeealmente significa ser um guerreiro de Metafalss!” falou ela, animada. “Vamos pegar pesadinho desde o começo. As aulas de hoje vão ser sobre Codex e a fonte de energia arcana do Império. Tenho certeza que estavam ansiosos por isso~”
A reação da sala foi como esperado: gritos de alegria e muitos sorrisos, até mesmo do normalmente estóico Izael. Esse assunto era esperado por eles desde que testemunharam uma demonstração de poder dos Cavaleiros de Ernasis, proficientes usuários de Codex. Isso animou até mesmo os que não desejavam estar ali, como Selath.
“Shh, Shh! Calma ai, gente.” Frelia falou, tentando acalmar os ânimos para começar a aula. “Vocês são complicados de controlar.”, sorriu. Quando finalmente conseguiu o que desejava, começou.
“Vamos começar com uma história, sim?”
Metafalss, milhares de anos atrás
Fogo. Água. Terra. Vento. Luz. Trevas. Os elementos que criam e destroem matéria, que formam o mundo como são. Elementos usados e explorados por magos e guerreiros arcanos em todo o universo.
Antes mesmo de Calnat existir, um fenômeno mágico ocorreu nas terras até então inabitadas do oeste de Vermécia. Essências fortíssimas de todos os elementos se juntaram em um só lugar, atraídos por forças desconhecidas. A concentração mágica absurda no local acabou se cristalizando, formando uma grande pedra multicolorida: o Núcleo das Memórias.
O poder deste núcleo era tão absoluto que toda a região foi infundida por magia. Pela vontade dos seis espíritos que se formaram dentro da pedra vulcões foram criados, desertos foram formados, montanhas se ergueram do chão. Eles moldaram Metafalss como bem quiseram, e protegeram a pedra usando a própria vontade da terra. Até a tragédia.
Ano 1700, Era do Poder Divino
A Tragédia de Bardinar
A onda de choque foi sentida imediatamente pelos espíritos. Eles focaram todos os seus poderes para conter o avanço da mágia destrutiva.
Em vão.
Sucumbindo à força insana da onda vinda do cataclisma mágico, o Núcleo das Memórias estilhaçou-se. Os espíritos desesperadamente tentaram se segurar no local de sua união, o que eventualmente causou um rasgo na realidade – um portal de acesso para outra dimensão – onde eles se reuniram, acompanhados por um novo espírito desconhecido, criado pela destruição da pedra, e formaram a força perfeita: Codesphere. Um buraco branco; uma fonte infinita de energia mágica.
Com a destruição do epítomo do poder da humanidade, a força suprema nasceu.
A insaciável busca por conhecimento da raça humana sempre foi a causa de seus avanços. Os habitantes de Metafalss nunca deixaram de procurar a razão do poder mágico da região, principalmente por terem visto formações naturais como a Floresta de Cristal – uma floresta feita de puro gelo.
Uma Ordem com os melhores magos do Império foi formada com o objetivo de traçar todo esse poder mágico até sua ordem, e estudá-lo. Este grupo ficou conhecido como a Crônica Crescente e, eventualmente, teve sucesso em encontrar a fonte – a Codesphere – em meio às montanhas negras de Inferia. Envolvendo o rasgo dimensional foi construído um templo para abrigar os sábios e magos que estudam a dimensão desconhecida: o Santuário de Metafalica.
Depois de certo tempo, os Cronistas conseguiram estabelecer contato com os espíritos elementais. Ignit, o espírito do fogo; Hydran, o espírito da água; Aeris, o espírito do vento; Obsidia, o espírito da terra; Anima, o espírito da luz; e Erebus, o espírito das trevas. E, após uma proposta, a Codesphere aceitou ceder sua energia arcana para os guerreiros de Metafalss por meio de artefatos mágicos, conectados com a pessoa e criados após um contrato espiritual.
E assim foram criados os Codex. Objetos mágicos que providenciam uma conexão direta com a energia arcana da Codesphere, dando origem a um método completamente novo de lutar e conjurar magias. Seus usuários foram chamados de...
Magisters.
Poderes inacreditáveis. Potencial ilimitado.
“Hoje em dia, o poder da Codesphere é usado em tudo. Até mesmo no funcionamento diário das cidades.” terminou a professora. A sala se encontrava em um silêncio absoluto. Os alunos estavam de olhos arregalados, babando no conceito de poderes incríveis e magias poderosíssimas. A menina continuou: “Vocês vão poder sentir um pouco do gosto desse poder, mas nem todos vão conseguir alcançar Metafalica e conseguir um Codex próprio. Eu sei que, pra mim, foi beeeem difícil conseguir um pacto com Aeris~” ela fala, mostrando a língua. Os mais atentos poderiam perceber uma pequena jóia verde perto da ponta da língua, emanando energia arcana.
Neste momento, alguns funcionários da Academia entram na sala carregando alguns baús. ‘A professora está sorrindo enquanto observa esses baús. O que será que tem dentro...?’ pensou Chris, depois de ouvir os sussuros de “Opa opa, aí vem coisa boa!” de Selath.
“Olá, alunos. Hoje trouxemos a ferramenta que vocês mais vão usar esse ano.” falou um dos funcionários, retirando um bracelete de um dos baús. “Isto é um Codex Artificial. Ele não pega poder diretamente da Cosmosphere, mas do ambiente – tornando-o fraco e descomplicado.” Os homens começam a passar entre os alunos com os báus, distribuindo um codex para cada um. Enquanto isso, os olhos de Izael acompanhavam Frelia – que estava olhando fixamente para a janela da porta da sala com uma expressão preocupada. Você simplesmente não vê Frelia preocupada. Simplesmente não. Por isso, ele sabia que tinha algo errado. Um calafrio passa por sua espinha quando uma mulher de cabelos flamejantes entra na sala, com passos cheios de autoridade.
“Vamos ter uma aula prática, se é que podemos chamá-la assim. Vocês vão aprender como verdadeiros guerreiros.” declarou a mulher. “No calor da batalha!”
O som de sussurros preencheu a sala, todos curiosos do porque disso tudo. Logo tiveram sua resposta.
“Metafalss está sofrendo um ataque direto das forças de Canaban.” – imediatamente, todos ficaram assustados. “A Força Imperial está tentando impedir o assalto inesperado... Mas a falta de preparo está fazendo a diferença. Os infiltradores são da Guarda Real, então os Generais Oráculo estão sendo chamados para a batalha.” explicou a mulher, de olhos vermelhos e brilhantes como pura lava.
“E eu vou levá-los comigo.”