Ao longo do tópico, as vezes vou colocar outros tipos de contos... se vocês gostarem muito, então vou deixar em destaque no primeiro post, OK?

O primeiro dessa linha é "Ainda pensando", "Ainda Pensando", um contor de Lex Luthor e uma moça simpática (não, não sou eu.. não é um conto de auto-inserção)

autor: Kikitsune
gênero: comédia
Resumo: Elesis escutava o pai?


No lar de um poderoso guerreiro, espera-se que sua palavra reine absoluta. Mas nem sempre é o caso, principalmente quando...

- COMO ASSIM VOCÊ VAI TREINAR NOSSA FILHA NA ARTE DE GUERREAR?!?

A pequena em questão estava alegremente chacoalhando uma espada de madeira de um lado para o outro, como se fosse um novo brinquedo. Era uma menina cheia de energia, pequena para a idade visto que tinha completado seis anos, mas parecia ser três anos mais nova.

- Veja, querida... - começou Elscud - não tivemos um filho homem, então... *gulp*

Engoliu em seco porque podia ver faíscas saindo dos olhos da esposa: - Se vai começar com a babaquice de que EU não pude te dar um filho, fique sabendo que a academia de magia branca há muito tempo já revelou que o responsável pelo sexo dos filhos é sempre, E REPITO SEMPRE, o homem. Ou seja, VOCÊ. E que idéia é essa de já que não tivemos um filho homem, então vai ter de se contentar com nossa filha? Ela não é prêmio de consolação!

- Não, querida - gemeu Elscud - Eu nunca pensei que nossa menina fosse prêmio de consolação. Mas ela é a herdeira dos Sieghart, e ela precisa aprender porque é a herança dela.

(desta vez escolheu bem as palavras e não falou algo como "mesmo sendo uma menina")

A senhora Sieghart não parecia muito convencida, mas o marido continuou: - Além disso, olhe só para ela. Parece mais alegre brincando com a espada, do que brincava com as bonecas e as amiguinhas. Na verdade, acho que ela está mais para ser guerreira que dona de casa.

Nesse ponto a mamãe de Elesis concordou. E então começou o treinamento da pequena ruivinha.

******

Claro que como toda criança, Elesis não primava por cuidar de suas coisas, e menos em arrumar a bagunça depois dos treinos. O que não poderia ser, pois um guerreiro precisa antes de tudo de disciplina.

Um dia ele sentou-se com Elesis (que já tinha completado 10 anos, e parecia que tinha 8 anos).

- Elesis, minha querida - ele começou o sermão - você não pode simplesmente deixar seus equipamentos largados em qualquer lugar. Olhe aqui a bainha de sua espada, jogada perto do lavatório. E aqui estão suas luvas, você as esqueceu debaixo da cama. Sem falar nas amarras de couro, que serão necessárias para ajustar seus equipamentos ao corpo!

- Mas principalmente - ele fitou a menina seriamente - sua espada. A espada é a alma de um guerreiro. Você deve cuidar de sua espada como se fosse sua própria vida porque, de fato, sua vida dependerá dela. Não pode ser jogada em um canto, esquecida depois dos treinos. Deve averiguar o balanceamento, pois uma espada não balanceada vai tensionar seu pulso, e inflamar tendões. Deve polir e retirar as tensões na lâmina. Deve verificar as fissuras, e as pequenas rachaduras, para que não se parta no momento crítico.

- Por isso minha filha, depois do treinamento sempre cuide de sua espada. Não deixe largada sem cuidados em qualquer lugar, porque você tem somente essa espada e...

Elesis mostrava a nova espada que comprara no mercado, para substituir a espada de madeira que quebrara. Afinal, ela tinha avançado alguns níveis, e era ridículo continuar com a mesma espada. E já estava de olho na espada de nivel 23

Certas coisas, nem mesmo Elscud poderia mudar na natureza XX das mulheres.

Legal sua one shot lek =D gostei mto ^^

One Shot muito boa, gostei

Que fofo o seu conto...Gostei muito....

Haahaha euri !

genero: ficção
título: Ainda pensando...
Resumo: Partindo da estória Lex Luthor, Anel Negro, volume 1, um reencontro com uma moça simpática


- Você!

- Sim, eu! - respondeu a moça sentada na cadeira.

Lex Luthor pensou um pouco: - Eu me lembro de você.

- Claro que se lembra - sorriu a moça.

- Nos encontramos uma vez antes - ele continuou cauteloso.

- Na verdade duas, mas a primeira você não se lembra - ela corrigiu.

Isto foi uma novidade. Lex Luthor, que já havia encontrado a Morte antes, pensou que ela não poderia surpreendê-lo outra vez: - Como assim duas vezes? Não morri duas vezes.

- Não, não morreu. - ela concordou - Foi quando você nasceu.

Se pudesse respirar (ou precisasse) ele estaria ofegando de frustração. E Luthor odiava sentir-se frustrado.

- Foi quando minha mãe morreu... - ele falou entre dentes.

- Letitia? - ela perguntou um pouco surpresa - Não. Tudo bem que eu também vim por ela, mas sempre venho também quando vocês nascem. Como eu disse, sou muito ocupada.

Luthor suspirou... Ele pensava que estava preparado para lidar com a sua Morte, mas claramente ela não era alguém com quem poderia lidar. Lembrou-se de quando encontrou-se com ela pela primeira vez (ou segunda de acordo com ela). Ele então exigira que ela desse a ele um motivo para acreditar nela. E então ela colocou o dedo no nariz dele e ele viu o seu nariz apodrecer na sua frente, enquanto ela dizia com a confiança inabalada de sempre "É... sou eu mesma".

- E então está pronto? Vamos indo? - ela perguntou levantando-se - Não claro que não. Vamos lá ver o que você precisa ver.

E então ela saiu de sua linha de visão e ele viu. Seu corpo. Inerte.

- Eu já joguei este jogo antes - ele resmungou - Precisamos mesmo passar por todo aquele teatro, se eu não estou morto, e você vai me mandar de volta? Devo ser muito importante para toda hora você querer conversar comigo.

- Da última vez - ela respondeu paciente - Eu falei "Oh! Desculpe. Por um momento você me assustou!". E depois eu não disse nada que eu era a sua Morte, eu falei que era apenas a Morte. Desta vez estou dizendo "E então então está pronto? Vamos indo?". Desta vez eu sou a sua Morte.

Um monte de frases passou pela cabeça de Luthor e ele sabia que ela já tinha ouvido todas as variantes. Ele não podia estar morto (foi o que disse na última vez), o que ela queria (nada, mesmo os pôneis malditos, ela estava apenas brincando), que ele nunca iria aceitar.

Mas ela olhava para ele e sabia que diria todas essas coisas. E que não era uma questão de ele aceitar ou não. Simplesmente estava acontecendo.

- E eu gosto de conversar com vocês, Lex - ela continuou como se isso ajudasse ele a não se sentir ridículo - quero dizer, meu irmão mais novo era meio cabeça dura, mas até ele acabou aprendendo a gostar de conversar com vocês. Na verdade, eu gosto tanto de conversar com vocês...

- Nós humanos? - ele perguntou, um pouco fascinado, pois antes de tudo o aprendizado sempre o instigava.

- Vocês, seres vivos, Lex - ela corrigiu - eu falei, apenas entre vocês eu tenho muito trabalho. Neste momento estou meio ocupada levando e trazendo alguns milhares de seres humanos, claro, mas lembre-se dos peixinhos dourados, das árvores. Eu também tenho de ir buscar todos eles...

- ... mas mesmo assim, eu gosto de conversar com vocês, mesmo sem ser nessas horas - ela continuou - sabe antigamente, quando todos os sistemas solares ainda eram muito jovens, eu era muito antipática porque me magoava com facilidade (ei eu também era nova nesse negócio... como todo o resto, eu ainda era muito jovem)

E de repente, ele começou a pensar se algum dia ela não havia sido jovem... na verdade, além de Lois, ele percebia que desde que encontrou com a Morte, ela era uma das poucas pessoas (entidade! não se esqueça disso, homem!) que mais interessou Luthor.

E se Lex Luthor permitisse-se entender a si mesmo - como dizia que entendia - entenderia que era porque ele estava meio que apaixonado por ela. Mas normal, todo mundo (homens, machos em geral, e homossexuais femininas) quando encontra com ela fica meio que apaixonado por ela.

-... só que com o tempo - ela continuou - apesar dessa rejeição tão grande de vocês, e de como isso me magoava, eu ainda não conseguia deixar de gostar de vocês. Então resolvi deixar de ser antipática, e aceitar isso.

Foi quando Lex se lembrou. E quando se lembrou, ele desta vez não ficou frustrado e nem com raiva dela: - Eu me lembro que daquela vez em que nos encontramos, você sugeriu que eu pedisse desculpas...

- E você ficou muuuuito bravo - ela riu como se estivessem lembrando uma coisa muito séria que aconteceu entre eles, e que hoje parecia ser engraçado.

Lex não percebeu que tinha também sorrido levemente: - O que você quis dizer com aquilo?

- Você se divertiu? - ela perguntou - Me conta como foi.

- Não mude de assunto - Lex pediu, e pela primeira vez ele percebeu que havia humildade em seu pedido.

- Eu não estou mudando de assunto - Morte respondeu sorrindo.

Luthor ficou um pouco confuso. Mas de repente ele começou a falar: - Não sei, acho que eu queria ter feito mais. Desde criança eu tenho essa... essa...

- Inquietação - ela ajudou.

- Inquietação - ele concordou. E não mais surpreso em ter palavras colocadas em sua boca, como ficaria como em vida - Eu não me satisfaço com o que somos, eu quero aprender mais, quero...

Ela esperou. E ele completou: - Você pode achar que sou hipócrita, mas quero compartilhar tudo isso com o resto do mundo. Queria que todo mundo parasse de idolatrar aquele alienígena, e se mexesse. Que visse em mim... que os humanos podem ser mais do que super-heróis. Mas não porque eu queria ser admirado... eu queria...

Ele chorou: - Queria pessoas como Lois. Queria que mais pessoas como Lois surgissem, e aquele metido sendo o que ele era não permitia. Elas preferiam continuar medíocres, preferiam continuar sendo salvas pelo Super-Homem. Ele as acomodou.

- E você lutou contra isso, não foi, Lex? - disse Morte.

- Claro, quem não lutaria!? - ele replicou rápido - Eu odeio mediocridade, e cada vez mais todos estavam ficando medíocres. Exceto por alguns dos meus funcionários, não há quase NINGUÉM que me interesse nesse mundo. O máximo que eu consito respeitar é Spalding, mas...

- Ele te admira, mas também tem medo - ela explicou - porque como todos, tem medo que você o mate. Por isso Lois era tão interessante, não é?

- Sim - ele concordou - ela não tem super poderes, mas me desafiava. Não se intimidou nunca comigo. Podem chamar ela de burra, pois pensam que ela está contando com o Super Jomem para salvá-la. Mas não é assim. Nem mesmo todos os poderes daquele idiota poderiam salva-la se ela fosse uma burra como pensavam. Não. Ela era humana, e mesmo assim não tinha medo de enfrentar com suas proprias forças o mundo. Por isso que quando ela morreu... Deus, como ele pode deixá-la morrer?

Morte fez aquela cara de "ei, meu trabalho, não me olhe assim", sabendo que mesmo culpando o super-herói, no fundo era ela quem levou Lois para... para...

- Para onde ela foi? - ele perguntou.

- Ela foi para onde deveria ir - Morte respondeu - E então?

Ele deu de ombros: - E então é isso. Eu fui um fracasso. Eu não consegui mudar o mundo. Tudo continua do mesmo jeito que na Idade da Pedra. Preferimos continuar idiotas.

- E você não conseguiu ainda pedir desculpas? - ela perguntou novamente.

Lex olhou para Morte cansado. Então Morte ajudou: - Você podia pedir desculpa. E você sabe para quem.

Ele pensou na sua vida, uma batalha eterna contra Super Homem. Ele pensou se havia alguém para quem pedir desculpas, se ela estava falando de pedir desculpas para Lois, para sua mãe, para sua irmã... para quem deveria pedir desculpas?

- Olha, Lex... - ela colocou as mãos sorrindo maternalmente para ele - normalmente eu deixo vocês descobrirem por si próprios, porque no fundo vocês conseguem fazer isso em algum momento. E temos todo o tempo do mundo. Mas o problema é que te conheço muito bem. Você consegue muita coisa, e sua tenacidade te levou muito longe. Mas o problema é que ísso significa que também é muito teimoso, pois a simples menção de pedir desculpas mexe com seus brios e te faz imaginar humilhar-se de joelhos na frente de outra pessoa...

- Eu não sugeri para pedir desculpas para nenhuma da pessoas que conheceu, amou ou odiou - ela explicou - Mas você teve sua vida, e teve sua parcela de coisas divertidas e coisas não-divertidas. E vou te dizer uma coisa. De todas as pessoas que já conheci, você é a que mais tem frustrações com o que não conseguiu fazer. Viveu a vida toda assim.

- Pensou em pedir desculpas para você mesmo? - ela finalmente revelou.

- Para... eu... mesmo? - ele gaguejou confuso.

Era pior do que ver seu cadáver estendido na sua frente, que parecia tão pequeno e numa posição tão vexatória.

- Quando você nasceu - ela falou nostalgicamente - Eu falei "Viva! E depois me conte como foi!"

- Dei um beijinho em seu nariz de nenê, e você espirrou, como se já estivesse discordando de mim. - ela riu com a lembrança.

E então olhou para ele com carinho: - Queria muito que tivesse aproveitado bem sua vida, Lex. Assim com Letitia também queria. Eu sou a Morte, Lex, e por isso eu sei o quão importante é estar vivo. Sabe, eu não posso comer cachorro quente, porque assim que eu pego, fica igual o seu nariz quando te toquei, lembra? Minha existência é meio chata. Por isso gosto de conversar com vocês, andar com vocês... mesmo quando ainda não é hora de levar vocês.

- Em geral eu não falo isso quando vocês nascem. - ela completou - Eu digo em geral "vai fundo e depois me conte como foi". Mas sua mãe queria pedir para você viver feliz, porque ela não estaria perto para ver. Ela me pediu "peça para ele o seguinte: 'Viva!'"

Olhou para a surpresa dele: - Nem era para sua mãe que deveria pedir desculpas. Mas por você perseguir algo que não era sua vida. Você deixou de lado sua própria vida, seu próprio destino. Lex, porque fez isso com você mesmo? Por que quis virar a sombra de Kar-el?"

E então Lex Luthor fez algo que nunca ninguém viu ele fazer em vida. Pois estava em morte: - Desculpe.

E então ele pode partir para onde quer que ele deveria ir.


****

Alguns comentários.

Sobre a mãe de Lex Luthor: não há nada nas biografias DC ou algum comentário do que pode ter acontecido com a Letitia Luthor. Sobre ela, sabe-se menos do que sabe-se sobre outro personagem que caiu no limbo dos quadrinhos, Lena Luthor (irmã querida de Lex Luthor), pois pelo menos Lena teve estórias onde esteve envolvida. Sobre Letitia temos apenas o nome. Ou seja, a suposição que ela tenha morrido no parto é minha e não deve ser considerado como parte da biografia oficial de Lex Luthor.

Morte de Sandman é uma personagem de Neil Gaiman, é uma personagem extremamente difícil de captar. Porque Morte não julga ninguém, Morte não odeia ninguém, Morte compreende todo mundo e por isso não pode evitar gostar de todo mundo. Mesmo os mais pérfidos bastardos da História, ela entende o motivo deles serem assim, e gosta deles mesmo assim. "Como se fosse aquela amiga que gosta muito de você, e mesmo que você diga algo que magoe muito ela, ela ainda vai gostar de você e perdoar você" definiu um personagem no final da serie Sandman (Funeral)

Talvez por isso não sinto que Morte foi inteiramente captada pelo autor de Anel Negro. Não cometeu nenhuma bola fora, mas não é a Morte que é irmã de Sandman, apesar da aparência ser a mesma. O maior problema de lidar com ela - apesar dela vender muuuito bem, porque é muuuito carismática - é que não podemos saber exatamente o que ela está tramando, mas ao final da conversa, entendemos o que era queria.

E o autor deste arco ainda não deixou claro se realmente vai fazer isso. Por outro lado, como ela mesma disse, uma hora ela vai encontrar com ele. E eu achei apenas essa frase desse autor "E se pedisse desculpas?" algo que realmente a Morte diria para Lex.