"As flores de cerejeira são tão lindas. Trazem uma harmonia interior, que lhe faz ver que o mundo não é um lugar tão ruim... por mais que as trevas lhe engulam, a luz pode brotar de todo o lugar..."
Em baixo de uma Sakura, na cidade de Tokyo, uma garota de longos cabelos vermelhos, olhos verdes, aparentando ter 08 anos, escrevia um poema quando foi interrompida pela mãe:
— Vivian-chan, vamos para a casa. Está ficando tarde e não quero que você pegue um resfriado.
— Sim, mamãe!
Estava no Inverno. Nevava e poucas pessoas saíam na rua.
Ryuzuki Viviane estava sem um emprego fixo desde a morte de Ryuzuki Masamune, o pai de Ryuzuki Vivian. Ela estava trabalhando numa loja de mangás onde recebia uma quantia em dinheiro que poderia ajudar a colocar comida na mesa. Mas o dinheiro não dava para comprar roupas, portanto, Viviane tinha poucas roupas, e o dinheiro que sobrava, ela usava para pagar o aluguel. Ela não poderia continuar vivendo assim. Ela queria dar um futuro para a filha.
Enquanto elas andavam pelo parque, de volta para casa, elas avistaram duas pessoas conhecidas:
— Inori-san, Misaki-kun – Exclamou Vivian.
— Vivian-chan – Inori a abraçou e continuou dizendo— Que saudade Vi-chan. Não nos vemos desde o enterro do papai.
Enquanto falavam, Viviane falava ao celular.
— Aham. A sua mãe não estava com uma cara muito boa –Vivian prosseguiu— Mas eu estou animada por que minha mamãe disse que iremos viajar.
— Viajar? –Perguntou Misaki
— Aham... Minha mãe disse que iremos morar em outro lugar. Um lugar melh...
Logo Vivian foi interrompida por sua mãe:
— Foi bom encontra-los, Misaki e Inori. Nós temos que ir, e, Inori, mande um beijo pra sua mãe.
Quando chegaram, Viviane começou a arrumar as malas com muita pressa, como se estivesse fugindo ou animada.
— Mamãe, por que está arrumando as malas? Vamos sair?
— Sim Vi-chan. Iremos pras Américas.
Vivian arregalou os olhos e perguntou:
— Por que mamãe?
— Um dia eu te explico.
Viviane, logo segurou na mão de Vivian, chamou um Taxi, e foram para um Aeroporto. Elas, correndo, entraram num voo para o Brasil. Vivian, não perguntou nada, só ficou impressionada do jeito estranho que sua mãe estava.
Vivian dormiu, e quando acordou, sua mãe estava chamando-a para saírem do avião. Logo que chegaram, ela notou a diferença... O calor.
— Mãe, aqui é tão quente...
Viviane com uma cara de pressa, e logo, de desespero disse:
— Eu sei um lugar onde você pode se refrescar. E não é tão longe.
Elas estavam indo para um bairro nobre de Copacabana, onde só ricos viviam. Logo elas chegaram numa mansão. Viviane apertou a campainha e foi atendida por uma empregada:
— Olá.
— Olá. Eu sou Ryuzuki Viviane e essa é minha filha Ryuzuki Vivian e... – Logo, Viviane foi interrompida pela empregada que disse:
— Nós não damos esmola.
— NÃO! –Viviane chamou a atenção da Empregada para que ela não fechasse a porta— Eu... preciso falar com o Lenniry. Sou amiga dele.
Vivian não estava entendendo oque estava acontecendo. Só seguia a mãe.
Após isso, a Empregada mandou Viviane e Vivian se sentarem e esperarem o senhor Lenniry chegar. Logo, Lenniry chegou e reconheceu Ryuzuki Viviane:
— Ryuzuki- san. O que lhe trás aqui ao Brasil. Última vez que te vi, eu estava cursando no Japão.
— Eu sei Lenniry, mas, eu e minha filha estávamos com problemas.
— Problemas?
— Sim.
Logo, Viviane explicou que elas estavam com muito pouco dinheiro para sobreviver lá. E queria ter melhores chances de vida no Brasil. Então ela disse que tinha um dinheiro guardado em um banco de Copacabana (Onde Lenniry reside).
—... E, com esse dinheiro talvez dê para alugar uma casa.
— Imagina Viviane. Eu nunca deixaria uma amiga assim. O que precisar, é só falar.
Viviane sorriu e disse:
— Vejo que você tem filhos.
— Sim. Tenho três. Talles, mais conhecido como Tails. O Lenny e a Chilly. O Talles tem 14 anos e o Lenny e Chilly, gêmeos nem um pouco idênticos, 08 anos.
— Eu, não quero levar a Vivian comigo, até por que não quero que ela sofra com o calor e com a diferença daqui para Tokyo. Então, ela pode ficar aqui enquanto eu vou lá?
Lenniry sorriu e disse:
— Claro! O Lenny e a Chilly adorarão ter uma amiga.
Viviane sorriu, conversou um pouco com Vivian e foi.
Lenny sentou do lado de Vivian e perguntou ao pai:
— Pai, ela é Japonesa?
— Sim Lenny. Ela é a filha da minha amiga que passou aqui e a deixou só para ir ao banco. E eu não sei se ela fala Português.
Vivian, quebrando a timidez, respondeu:
— Sei falar um pouco de Português sim.
Lenny sorriu e disse:
— Vamos brincar?
Vivian ficou um tanto assustada, mas logo sorriu e foi brincar.
Depois de algumas horas, Lenniry estranhou a demora de Viviane, quando, do nada, a campainha tocou. Quando a empregada atendeu, dois policiais entraram e disseram uma frase que marcaria a vida de Vivian para sempre:
— A dona Ryuzuki Viviane, foi baleada em frente ao banco de Copacabana. Acreditamos que o senhor Lenniry deve ser amigo dela.
Lenniry, chocado com o que aconteceu, saiu para verificar. Ele ficou com medo do que diria para Ryuzuki Vivian para não deixa-la mal. Ela só tinha 08 anos. Uma notícia dessas iria acabar com a vida dela. Ela não tinha nenhum parente no Brasil, e poucos no Japão.
Quando Lenniry verificou, viu que era mesmo, a Ryuzuki, teve que voltar para casa e contar a todos.
Vivian ficou realmente chocada. Lenniry ficou sem saber oque fazer com Vivian já que ela estava sem mãe, sem pai, sem parentes... Logo, Lenny lhe deu uma ideia.
— Pai. Por que o senhor não adota a Vivian? Eu gostaria de ter outra irmã.
Lenniry e Chillene (Sua esposa) ficaram pensativos quanto a isso.