Todo o grupo estava receoso sobre o que poderia acontecer a qualquer momento, todo mundo quando é pequeno escuta histórias de terror sobre casas mal-assombradas, e monstros que arrastam correntes.Mas o que estava por acontecer era completamente surreal até para o mais aventureiro guerreiro.
Todos andavam com atenção em todos os pontos, uma garota ruiva com rosto sério andava na frente carregando uma tocha para iluminar o seu campo de visão, seu rosto não demonstrava medo e sim receio, como líder é natural que não se fique preocupado não só com você mas também com todos por quem é responsável.A garota deixava o cabelo escorrer pelas costas, tinha uma pele clara, a não ser por sua armadura, qualquer desavisado diria que era uma dançarina ou modelo, tal qual era sua beleza.Os olhos eram castanhos escuros penetrantes e confiantes.
A armadura que estava usando era negra e sem elmo, perdido em uma batalha com soldados inimigos. As luvas eram avermelhadas e desgastadas, suas botas eram pesadas, mas suficientemente leves para deixa-la viva em uma luta. Enquanto a mão direita levava a tocha a esquerda estava segurando o cabo da uma afiada espada presa ao cinto vermelho que estava na sua cintura.
A noite era escura e poucas estrelas brilhavam lá fora, ainda por cima, o enorme castelo sinistro e abandonado não ajudava a dar um clima agradável. O que poderiam ter sido lindas flores em dias felizes e alegres, agora não era nada mais que terra morta, as nuvens descobriram a lua e agora estava mais fácil de ver. Mas... O nobre guerreiro que ali acompanhava o grupo de garotas não apreciou a cena, aliás, ninguém ali esperava o que estava logo à frente deles.
Sangue.
Eles olharam mais atentamente para ver o que realmente era.
A pior parte de ter um pressentimento ruim, é que... Quase sempre... Ele se confirma...
O grupo de soldados batedores que era para ter voltado dois dias atrás estava ali, morto. E o assassino aparentemente estava por perto.Tão próximo que pulou de dentro do castelo para o portal de entrada.Era bizarro, um corpo humano, com armadura, mas o corpo não era exatamente humano, estava se movimento até mais que perfeitamente, era um morto vivo, um zumbi, mas tinha consciência do que estava fazendo.
Por debaixo do elmo dourado, com detalhes escarlates, dava para ver o rosto, era além de estranho. Seus olhos eram escuros e totalmente enegrecidos, a pela estava cinza, provocado pela falta de circulação sanguínea, e parte da sua bochecha já não a tinha, deixando a amostra parte de sua arcada dentária. O que fazia parecer que ele estava com um eterno sorriso maléfico.
O que não quer dizer que seu corpo seja frágil, pelo contrário, era em certas partes fundida a armadura de samurai, deixando-o extremamente resistente em combates corpo-a-corpo. Sua mão esquerda estava apoiada na cintura e a direita segurava uma katana, tipo de espada usada por exímios samurais, e apontava em direção ao peito da Comandante Lothos como em sinal de desafio.
Aparentemente não podia falar, mas era óbvio o que ele queria dizer, mas surpreendeu o grupo ao fazer o impossível.
Falou, mas não a boca, estava na mente da equipe. Ele deitou um pouco a cabeça como quem tenta prestar mais atenção. Todos estavam escutando o que ele dizia:
-Ora, ora, ora, veja quem dá as caras, se não é a excelentíssima Comandante Lothos. – Ele fez uma reverência debochada - E parece que trouxe uma trupe de palhaços com ela...-A voz era suave e grossa ao mesmo tempo, tinha uma espécie de eco.
-Olha só o que fez consigo mesmo Gaicoz, eu te admirava como mestre.Já foi o melhor e olha onde está agora, virou...virou...
-Imortal?!É fabuloso não é?Eu tenho poder!Tenho tudo o que poderia querer.O que é este mundo comparado a mim?O que é a morte se vista do meu ângulo?-Ele sumiu em pleno ar se transformando em uma fumaça escura e reapareceu atrás do grupo. -Agora eu sou invencível, sou o melhor, mande-me seu mais habilidoso pupilo para um intento, quero ver o que você fez em seu tempo livre.
-Eu irei, não há com o que se preocupar, ele não terá chances...
-Ryan, espere, você não entende...
-Eu tenho um plano, não há problemas, confie em mim. – Ele sorriu, era um bom garoto, tinha lindos olhos verdes escuros. Cabelos assanhados pela falta de preocupação com o mesmo que eram alaranjados, mas, mesmo que estranho, combinava com a pele bronzeada dele. Estava com roupas mais leves e rasgadas, perdera sua arma a pouco tempo, mas isso não iria fazer falta agora.-E agora...Que a festa comece!
Ele correu com toda velocidade para cima do inimigo, que continuou imóvel. Saltou para o ataque com as duas mãos estendidas para frente como garras para prender o inimigo.
Ele olhou por cima do ombro com raiva, os olhos revirados e um sorriso animalesco na face.Virou o resto do corpo em um movimento instintivo.Urrou poderosamente.E no mesmo momento começou a metamorfose monstruosa.
Primeiro o cabelo, cresceu tomando toda as costas.Depois a boca crescendo anormalmente e fazendo crescer os dentes deixando-os afiados e amedrontadores, unhas cresceram se sobrepondo as antigas.As roupas rasgaram e tudo ficou claro.Havia diante deles um poderoso lobo.
Lothos, Elesis, Lire, Arme e Ronan surpreenderam-se.Como podia?Como nunca suspeitaram?
O samurai novamente sumira na sua frente para reaparecer atrás do garoto, que foi pego de surpresa por um corte das costas, por sorte, o transmorfo lobisomem tinha sua regeneração superdesenvolvida, mas mesmo assim, aquilo ia deixar uma marca profunda.
Um silvo de dor extremamente alto foi escutado pela Grand Chase que não podia interferir na luta, por seguirem a conduta de honra.
Ele disse que não vão ter problemas, ele disse pra mim confiar nele!
A batalha continuou, o lobo se virou agora, mais rápido, mais ágil e mais enfurecido.O samurai tentou surpreende-lo novamente, mas quando se teleportou, o lobo sentiu seu cheiro com seus sentidos aguçados e desviou da katana que teria dessa ver certamente transpassado seu coração sem piedade alguma.Ele investiu novamente aproveitando que o inimigo estava desarmado e pulou derrubando-o no chão com as patas prendendo contra o solo.
Com as garras agarrou a cabeça do morto-vivo e fez menção em quebrar o pescoço.
-Vá em frente, termine com isso!Ou termino eu.
O garoto fez seu júri, ele deveria morrer, mas ele pensou:
Devo realmente fazê-lo?
-Comandante!Acho que a senhora tem o real direito de acabar com isso!-Ele errou em se virar...
Gaicoz fez sua arma voltar para sua mão e se teleportou para frente de Ryan que ficou impressionado agora, viu o rosto do samurai e percebeu algo estranho.
A espada transpassou seu peito.
A última coisa que escutou foram palavras estranhas, ele olhou novamente para cima, para o rosto de seu assassino, uma lágrima sincera escorria através da verdadeira forma do guerreiro renascido.
Aquilo não era verdade, não podia ser.Ele estava ali, porque morreu agora?Não pode!Ele é nosso amigo!...Então quer dizer que eu não vou mais ver ele?Nunca?Nem mais uma vez?Então é assim que você se sente quando alguém querido morre.
O pensamento não era só da elfa, Lire deixou seu arco cair.
Ela agora estava de pé, imóvel, com medo, abalada, de seus olhos caiam lágrimas de tristeza, sua pele agora deixava o tom amigável, estava desorganizada.
O medo até agora não tinha abalado ninguém da comitiva.É triste perder um amigo, mas pra você a vida continua.Para Arme, não havia como descrever o que estava havendo, medo, ódio, raiva, saudade, para ela tudo era um simples sonho, um pesadelo que perdeu o controle.
A garota loira estava com um equipamento semelhante a da guerreira ruiva, mas o elmo dela estava no lugar, uma tiara esverdeada caia desarrumando seu penteado que se estivesse acompanhado de seu casual sorriso alegre fica extremamente lindo.
-Elesis...Ele...-Arme sabia a resposta, mas tinha que perguntar...-Ele morreu?-Ela soluçava.
-Sim Arme...Ele morreu.-Ela agora evitava olhar para o resto do grupo.
-E você continuar séria, como pode?Nosso amigo acabou de ser assassinado na nossa frente, e você não faz nada!-Ela deu tapa com força em Elesis que nada fez.-Ele morreu!
-Eu sei, mas chorar não vai adiantar!
Outro tapa.
-Você não sabe o que aconteceu?Sabe?Ele era nosso amigo...-Ela ia agora acertar Elesis com toda a força que tinha.Mas ela segurou sua mão no meio do percurso antes de acertar sua face.
-Eu sei exatamente como é!Eu perdi minha família!-Isso calou a maga e a fez pensar.-Então não me venha falar de perdas.-Ela se virou novamente, estava chorando também.-Gaicoz, eu aceito o seu desafio!-Ela fez menção e dar o primeiro passo.
-Não!O desafio agora é meu, ele é meu mestre, ele é meu inimigo agora.-Ela desembainhou a lâmina e andou na direção da criatura.
-Se nem mesmo seu monstrengo aqui ficou vivo muito tempo contra mim, o que vai fazer uma aluna minha?Eu te ensinei tudo o que sabe!
-Monstrengo, o Ryan?Olha quem fala.
-Não há lugar para você aqui, esse é o fim da linha.-Ele andou o suficiente para Lothos conseguir ver o brilho que seus olhos totalmente pretos reluziram.
Eles se encararam por um determinado tempo, analisando-se, mentor e aprendiz, quem diria que isso um dia viria a acontecer?
-Te dou uma última chance Gaicoz, desista do mal e se redima de seus assassinatos, dos inocentes que perderam suas vidas.
-O que me faria pensar nisso por só um momento?Me diga, o que faria?
-Esse é sua última palavra?
-É a única coisa que tenho a dizer.-Ele agora não vacilaria, a vitória seria dele.
Lothos correu e pulou para atacar, quando foi atacar previu exatamente o que aconteceria o samurai teleportou para trás dela, então virou-se para se defender do ataque covarde que a acertaria.Houve um Choque de espadas, e Lothos escapou por pouco da estocada que seu mestre a fez.
Era hora de revidar, esquivou da pancada esmagadora e enfiou a lâmina de sua espada no que era definido ser o rosto do monstro, a espada atravessou e saiu do outro lado.Um sorriso doce apareceu nos lábios da comandante, ela removeu a espada com força e deu passos para trás, a luta acabara, voltava para o grupo quando escutou ruídos atrás dela.
Impossível!
Ele se ergueu novamente, agora realmente sorrindo, terrivelmente sinistro, e perturbador.
-Nunca dê as costas para um inimigo, esqueceu-se do que eu te ensinei?
-Mas como...?Que diabos...?
-O lado do mal me deu esse poder, e o sacrifício foi pequeno se comparado ao que ganhei, alma de nada adianta quando se é imortal!
-Pequeno?Você vendeu sua alma, pelo amor de Deus!E quanto a sua mulher?E quanto a ela?O que diria se visse você desse jeito?
-...!Agh!Não!-Ele estava aparentemente ficando louco, sacudia a cabeça, um conflito interno o destruía psicologicamente, ele vendera a alma para poder resgatar a sua amada da morte, mas ela morreu antes que ele pudesse impedir, isso deixou furioso e ele enlouqueceu, agora o passado voltava para atormentá-lo.-Arghhh!
Ele se contorcia, seu corpo e sua mente eram 2 seres distintos, não pertenciam ao mesmo corpo, algo extraordinário aconteceu, misticamente foram feitos 2 Gaicoz, um roxo, sem mais uma parte humana, nem carne, era uma caveira negra, fundida a armadura, roxa com detalhes negros, e o outro era ... humano!Mas era bondoso, cada um agora se olhava, o desejo de vingança estava em cada olhar, cada movimento.
-Lothos!Fique fora disso!Antes do que nunca, terei que fazer o que deveria nem sequer ter começado...
Cada um dos Gaicoz batalharam como nunca ouve antes em todo a história, cada movimento magnífico, preciso e afiado.Quando a luta decorria cada vez mais amedrontadora, chegou em um ponto em que os dois estavam exaustos, mas.
O Gaicoz roxo abriu sua mandíbula e múltiplas vozes saíram.
-Nada pode me parar, conheço todos os seus golpes, seus movimentos, suas estratégias.
-Então é melhor fazer uma coisa nova.-Ele pegou sua espada, sua última chance de vencer, a única chance de vencer. – Cruz Perfurante!
Ele descreveu um arco horizontal e depois um vertical marcando um enorme “x” na armadura de seu clone maligno, em seguida investiu uma poderosa estoca no centro atravessando a proteção e abrindo um buraco no outro lado do inimigo, dessa vez acabou...
Agora, não haviam mais assuntos pendentes, ele podia descansar em paz com sua amada.
-Lothos, me perdoe, por tudo o que fiz, me perdoe – Sua voz agora era linda, confiante, suave, agradável.-Mas, infelizmente, como você bem sabe, não há volta do mundo dos mortos, Ryan foi um notável guerreiro, tenho certeza que seu espírito estará com vocês.-Agora flores coloridas estavam circulando o samurai.
O sol despontava por cima das colinas, e clareava todo o lugar, o campo de flores mortas que ficavam ali por perto agora deixavam aparecer pequenas mudas de lindas flores alegres.Enquanto corpo do samurai era levado para a eternidade uma brisa balançou o cabelo dos ali presentes, e Lothos pode jurar que naquele dia ouviu um uivo distante.
-Ela adorava essas flores...-Foram as últimas palavras do grande senhor Gaicoz.
Um novo dia começava.

Dia 6 – Fevereiro.

Hoje o grupo intitulado de “Grande Caçada” parte para os confins de Ellia.Após a exaustiva batalha com meu antigo tutor, agora (infelizmente) morto.Esperamos que as coisas fiquem mais próximas de acabar.
Ainda não é possível distinguir o horizonte, onde a vista alcança. A nossa barcaça voadora, cujo qual chamamos de “A Aeronave” não é o que se pode chamar de velocidade.Entretanto, toda a tripulação trabalha arduamente para que nossos objetivos sejam concluídos com êxito.
O grupo sofreu alterações desde sua formação original, algumas perdas são inevitáveis...
O novo grupo de guerreiros tem apenas 5 guerreiros agora, nossa capitã de guerra, a espadachim destemida, nossa querida conselheira, a carismática maga violeta e o nosso nobre príncipe de Canaban.

Diário de Bordo-Comandante Lothos.

Dia 7 - Fevereiro

Já faz um dia desde que o nosso grupo partiu para o novo continente, o maior dos problemas até agora aparentemente foi um nevoeiro que nos desviou um pouco da rota.
Hoje pela manhã fui acordada pelo condutor da Aeronave, Ronan, me dizendo sobre a rota, que atrasaríamos pelo menos mais 2 dias, aparentemente o nevoeiro era denso demais e isso arriscaria todos abordo, e ninguém quer outro acidente.
Ontem pela noite houve uma tempestade e alguns dos marinheiros dizem ter visto alguma coisa voando a uma certa distância da embarcação.Algo como pássaros gigantes.
Nenhum sinal de terra firme.

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 8 – Fevereiro

Dois dias desde a partida, parece que o caminho não tem sido tão difícil, a não ser pelo pequeno desvio de ontem.
Aparentemente a viagem não demonstrou grandes efeitos sobre os passageiros, foi descoberto que alguns redemoinhos foram formados logo a frente.
Nenhum sinal de terra firme.

Diário de Bordo –

Comandante Lothos

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Dia 9 – Fevereiro

Hoje avistei pássaros voando em direção ao norte, direção contrária a nossa, o que significa que devemos estar passando por algum lugar onde existe, mesmo que longe, de terra.
O clima está agradável, o que indica que deixamos o meio do globo e passamos para o hemisfério abaixo, se continuarmos nessa direção a tendência é ficar cada vez mais frio, mesmo que estejamos no verão.
Foi relatado que algumas discussões ocorreram entre os tripulantes, espero que seja apenas um desentendimento.
Nenhum sinal de terra firme.

Diário de Bordo – Comandante Lothos


Quanto mais a Grand Chase viajava mais ficavam irritados pelo constante confinamento aberto dentro da enorme barcaça flutuante.
Do ponto de vista comum “A Aeronave” não era o que você tem em mente ao ouvir a palavra, é na verdade uma enorme embarcação.Feita de materiais extremamente resistentes, mas em especial suas uniões eram feitas de Mithril, uma espécie de tecido extremamente resistente que se manuseado de forma correta é possível transformar-se em objetos sólidos que resistem a mais ardente chama de dragão.Claro que não eram todas as uniões e sim partes como a cabine de comando e a chamada “zona protegida” que ficava mais na parte debaixo do navio.
Mais além, na parte exterior existem 2 enormes asas uma em cada lado, o que fazia da Aeronave um ótimo meio de transporte tanto na água como no ar.As asas eram muito compridas e largas, e cada par se move simultaneamente, como em um movimento ensaiado.Enquanto a asa direita subia, do outro lado o mesmo movimento era executado com perfeição.Tudo feito por várias engrenagens movidas á vapor e que combinadas ao enorme mastro que ficava no centro com uma enorme vela branca, moviam a arca gigantesca.
E é claro que ela só feita por máquinas e física não faziam-na subir, a magia investida no objeto o deixa muito mais leve e consequentemente mais fácil de controlar dependendo das condições.Os feiticeiros a bordo são os responsáveis por fazer com que as coisas afundem como um meteoro ou que saia voando como uma pena, cuja ordem é liderada pela maga violeta, Arme.
Arme mesmo que ainda jovem desde pequena se mostrou muito inteligente e dotada de grande interesse pelas artes mágicas.Era dito que ela tinha um dom natural pelo misticismo.Tanto que com 7 anos estava acima de muitos considerados sábios, não apenas para executar truques baratos, ela dominava elementos como fogo, água e terra, pesquisava, e criava muitas outras coisas a partir do pequenos conhecimentos químicos da época.Mas não foi tudo feito só por ela, muitas informações foram recolhidas de necromantes e fadas elementais.
Certa vez enquanto ela passeava pelos locais inóspitos de Vermécia, pelas redondezas de Serdin ela achou um calabouço abandonado.Lá dentro ela viu espantosas criaturas, viu o Gorgos Vermelho.
Ninguém realmente sabe como o Gorgos nasceu, mas contos sobre ele eram espalhado por todos os que o temiam, ainda haviam loucos que diziam ter sobrevivido a ataques dele.No entanto a lenda mais conhecida é que ele foi criado a partir do ódio de um prisioneiro que com raiva do rei pactuou com o espírito das chamas, ele pediu para ter o poder suficiente para poder se vingar daqueles que o prenderam, então cedeu seu próprio corpo.O Espírito em troca lhe deu um novo, um corpo com grande resistência, com grande porte, grande velocidade e poderes, ele ganhou o corpo do mais notável guerreiro das chamas negras, o dragão ardente.
Dessa forma nasceu o Gorgos Vermelho, inteligente e poderoso, considerado invencível em seus ataques, na noite em que assassinou o rei em vingança, percebeu o erro que cometera, mas não podia fazer nada, era feito das lavas imortais, então se abrigou no calabouço abandonado de onde fugira, agora em seu lamento eterno.
Esse é um dia que certamente ficou marcado na mente da maga que agora estava no convés observando as nuvens passar, o vento tocava seus cabelos.Ela se sentia meio culpada de estar relaxada naquele momento, faziam alguns dias que seu companheiro de batalha foi assassinado a sangue frio na sua frente sem piedade.
A Comandante Lothos aproximou-se e tocou seu ombro.Naquele dia ela estava usando uma blusa avermelhada que cobria até o cotovelo e uma calça mais folgada, e como soldados tem que estar preparados para qualquer situação a espada estava na bainha em sua cintura.
-Tudo bem?-Ela olhava, era necessário se importar com todos, caso algo importante acontecesse todos deviam estar conscientes.
-Sim.-A maga respondeu sem desviar o olhar do horizonte, mas não observava a paisagem, estava absorta em suas memórias.-Só que...-Ela recolheu os olhos para os braços que estavam apoiados na amurada.-Você sabe, o que aconteceu naquele dia.
-Eu entendo o que quer dizer.-Ela se apoiou também para observar.-Como guerreira eu já tive muitas perdas nas guerras, meus amigos, entes queridos.É inevitável, de uma forma ou de outra você tem que se despedir deles.
Ela continuava abalada com o que aconteceu, era novata na guerra, era tudo novo naquele mundo, faziam no máximo 2 meses que ela foi convocada para o Grupo da Grande Caçada.Foi quando ela se lembrou disso que em sua mente veio o seu último natal, lutando contra trolls e goblins.
-E quanto aos outros?Como estão?-Arme perguntou.
-Elesis parece ser a menos abalada, mas não há como negar, ela sentiu o impacto.Lire está quase tão triste como você, e o Ronan, ele anda visivelmente irritado.Todos lidam com a morte de um modo diferente.-Ela tentou fazer graça.-Eu por exemplo acho que engordei um pouco.
Arme deixou escapar um pequeno sorriso pelo canto da boca.
-Comandante!Rápido!Venha cá!-Um dos auxiliares da condução vinha correndo chamando Lothos.-As criaturas que nos falaram outro dia, estão visíveis agora!
-Vamos então.-Ela fez sinal para Arme seguir ela, as duas saíram correndo.
-O que pode ser?As únicas criaturas que voam que nos atormentaram foram as...
-Harpias!-A comandante entendeu o pensamento da maga.-Mas isso faz bastante tempo, a comitiva nem sequer estava formada quando elas ameaçaram atacar os reinos.O que elas podem querer?
Elas chegaram ao ponto da nave onde era possível ver pontos negros distantes, Arme pegou uma luneta que estava presa em sua manga, uma maga está pronta para qualquer situação, esse era o lema dela.
-Meu Deus do céu!Comandante, olhe isso!-Ela cedeu a luneta para a comandante que espremia os olhos para tentar entender alguma coisa.
-Mas o que é isso?Seja o que for não são harpias.
-São Grifos, criaturas místicas, geralmente são boas e amigáveis. -Ronan havia chegado e observava também com sua luneta dourada.
Ele tinha longos cabelos azuis presos em um rabo de cavalo que escorria por suas costas, sua expressão era séria e ele estava com um dos olhos azuis claros fechados para poder observar melhor através do objeto.Nas costas estava preso uma espécie de escuto, chamado pelo dono de Égide, era além de uma arma de defesa um bainha resistente para a espada que estava dentro dele.Estava ventando forte, e isso fazia o seu cabelo se mexer bastante.
-Grifos?Eu acho que já ouvi falar neles...Um minuto já volto.-Ela saiu correndo, provavelmente para pegar alguma coisa.
-Qual vai ser a estratégia?Vamos atacar, ou fugir?-Ronan falou de forma rude, estava irritado da mesma forma que Lothos havia dito.
-Você é capaz de acabar com eles sozinhos?-Ela respondeu na mesma moeda.Depois de sentir o gostinho de saber que o subordinado não podia responder continuou.-Vamos estuda-los antes, e ver o que podemos fazer.
-Voltei e acho que encontrei. – Ela corria afoita com um livro na mão.
-Nossa, ela achou um livro, o que vai fazer com ele?Jogar nos monstros?
Arme acertou a cabeça de Ronan com o livro e ele deixou a luneta cair no chão.
-Não é um simples livro, é um Grimório imbecil.Pensei que um arcano saberia a diferença.-Ela olhou o livro e folheou-o até chegar em uma página, ela passou a mão por ela e disse.-Aqui, Grifo, criatura mística vinda dos deuses antigos.
“O Grifo é uma criatura lendária capaz de destroçar vilas inteiras, geralmente em busca de comida para seus filhotes, normalmente são amigáveis quando de bom humor mas podem ser predadores quando o dia não está bom, dizem que seu humor é o humor da natureza.Sua cabeça é de águia, seu corpo é de leão e tem um par de asas poderosas, considerado o próprio deus do vento por alguns, geralmente anda sozinho, se move em bando quando uma força maior causa isso.”
-Eles estão vindo do sul e nós estamos indo para o sudeste.Deve haver mais de dez desses ali, então alguma coisa fez algo naquela direção.-Ronan pensava com rapidez e absorvia informações extremamente rápido.
-Ou alguém...-Arme interrompeu.-Onde estão Lire e Elesis?
-Lire está no comando da nave agora, eu a deixei lá para ver o que estava acontecendo aqui em cima.
-E Elesis está na sua cabine planejando estratégias.-Lothos completou.
Lothos teve o pensamento rápido dessa vez e pediu para todos ficarem a postos, chamou os arqueiros para ficar na direção dos Grifos que se aproximavam.Lire estava bem na frente, em um ângulo perfeito, aproveitou sua visão élfica para ver melhor o que iam enfrentar.
Haviam um na frente dos outros, ele era diferente dos demais, tinha a sua cabeça de águia dourada e asas douradas também, que refletiam a luz de fim de tarde, seu pelo era branco aparentemente macio, bem cuidado e limpo.Ela podia jurar que o Grifo olhava de volta para ela, mas eles não tinham intenções malignas, podia acreditar isso.Tinham um olhar astuto e selvagem.Ela fez sinal para os arqueiros não atirarem até ela mandar, pediu para apenas ficar de guarda.
Quando as criaturas se aproximaram ao ponto dela poder ver sem apurar a visão, todos se preparam para o pior, mas aconteceu que nada houve, os animais alados passaram pelo lado do navio sem fazer mal algum.Lire apreciou a beleza magnífica do líder do bando.Não se conteve, fez contato.
-Caro Grifo, criatura do vento, me dê sua atenção. – Ela chamou em élfico.
O idioma élfico é conhecido por todos os animais, místicos ou não.Por isso os elfos podem se comunicar com a maioria dos seres vivos.
A resposta não veio fisicamente e sim da mesma forma do espírito samurai.
-Sim jovem elfa, em que posso ajudar-lhe?-Ele falava e se movia majestosamente.
-Desejo saber, por que estão abandonando o seu local?
-Um enorme mal assola a Terra de Prata. – Ele se aproximou da Aeronave.-Um mal nunca visto antes.
-Cazeaje...-Lire sussurrou para ela mesma.-Poderia me dizer se existe algum humano de onde vocês migram?
-Sim, mas a maioria descansa nos céus agora, trouxemos um de grande coração.Esse lutou até quase morrer.Teria o feito se não o tivéssemos trazido conosco.-Ele silvou alto e outro grifo, esse com cabeça e asas douradas, quase tanto quanto as do líder, e pelos negros, se aproximou, e levantou a asa revelando um corpo.-Este sobrevive mas com dificuldade.Prometam-me que cuidarão dele.
Os dois Grifos entraram no navio voador o que carregava o humano se deitou para que não deixasse ele cair com força no chão.
-Vocês dois – disse ela apontando para dois guerreiros que acompanhavam a cena.-Levem ele para a enfermaria.
-Elfa,sua alma é bondosa, mas não é comum ver pessoas indo para essa região, diga-me por que desventura anda com seu grupo para cá?
-Fins malévolos tentam extinguir nosso reino.Um punhado de valentes guerreiros se uniu para ir ao fundo disso e acabar com Cazeaje, dita como a maior inimiga e comandante dessa revolução.
-Seus princípios são nobres a meu ver.-Ele fez sinal com a cabeça e olhou novamente para o seu grupo a esquerda.-Pode ter certeza de que meu bando estará acompanhando-os.Mas agora, temos que proteger os filhotes do bando.Não podemos arriscar perder ninguém.
-Entendo.-Ela entendia muito bem o que ele queria dizer.
-Voltaremos, vamos encontrá-los.Não se preocupem a natureza está com vocês.-Ele alçou voo junto ao seu colega.-Uniu-se novamente ao grupo e continuou seu caminho para o norte.
-Espere!Sei de um lugar onde podem se proteger.Ao norte, verão uma península, lá existe um lugar onde podem ficar, procure pelos soldados de Canaban e digam que foi a mando da Grand Chase.
-Grand Chase, obrigado.Adeus.Nos veremos em breve.-Isso não era uma despedida, era uma profecia.
-Adeus...-Ela os observou um tempo antes de lembrar-se do caído trazido pelos Grifos.
Ela desceu para ver o enfermo.
O andar inferior era bem espaçoso para cuidar das pessoas necessitadas.Não havia ninguém no andar além do desacordado, uma vez ou outra alguém aparecia por lá, mas estavam preparados pelo menos por enquanto.
-Como ele está?-Elesis estava chegando junto a Lire, levantou a cortina que separava a janela do andar para ver o sol.Quando ela fechou a luz passava pelo tecido deixando o lugar com uma claridade agradável.
-A situação dele é critica, sinceramente não sei como ele sobrevive ainda.-Arme estava cuidando do garoto.
Ele estava com roupas surradas rasgadas e manchadas de sangue, a mão estava calejada e envolta em faixas avermelhadas, o rosto ralado e o peito cheio de hematomas, haviam pelo menos alguns ossos quebrados.O cabelo totalmente assanhado era ruivo mas tinha o cabelo mais escuro que os de Elesis.Quando a enfermeira abriu os olhos fechados para ver o estado da pupila viu que eram castanhos escuro, um pouco voltado para o vermelho.
Ainda respirava, mas com certa dificuldade.Arme ajudava a enfermeira agora pegava algodão para por sobre os ferimentos mais externos.
-Ainda vai demorar para ele recobrar os sentidos.-
-Não vamos perder mais ninguém.-Elesis estava falando agora com os braços cruzados e olhando para o rosto do garoto.-Já basta o que aconteceu.
O garoto se mexeu um pouco.Isso indicava que ele estava bem por enquanto.
-Qual o nome dele?-Esse era a pergunta que todos queriam saber a resposta.



Dia 10 – Fevereiro
Hoje tivemos contato com uma nova raça de seres, Grifos.De certa forma nos termos alterado a rota foi proveitoso, um garoto foi deixado por essas criaturas.
Não temos nenhuma informação sobre ele, Lire falou com os Grifos e nos informou que eles vem de um lugar chamado “Terra de Prata” e que um mal poderoso destruiu muita coisa por lá.Pelo menos então já sabemos qual será a nossa próxima parada.
O grupo inteiro ainda está sofrendo pelos eventos recentes no Castelo de Gaicoz.Espero que nada disso possa prejudicar o resto da viajem.
Diário de Bordo –
Comandante Lothos

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Dia 11 – Fevereiro
Houve contato com o exterior ontem, o garoto aparentemente se recupera rápido, mas a enfermeira disse que ainda vai durar pelo menos umas duas semanas até que ele recupere a consciência.
O vento está mais forte, e o encontro com as criaturas deixou a tripulação mais confiante e entusiasmada, quer dizer que não devemos estar muito longe de terra firma, mas nenhuma a vista.

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 12 – Fevereiro
Elesis, Lire e Arme, estão bastante preocupadas com a situação do tripulante novato, algumas feridas começaram a sarar, o que quer dizer que já faz um certo tempo que ele foi ferido.Os braços estão feridos estão praticamente sarados, a química da nossa maga está sendo mais útil do que os médicos a bordo.Mas não sei por quanto tempo ela vai ter ingredientes suficientes.
O sol não nos castiga com tanta força quanto quando saímos de Vermécia.
Nenhum sinal de Terra.

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 13 – Fevereiro
Estamos empenhados em encontrar essa tal “Terra de Prata”, nosso condutor, o príncipe Ronan, tem organizado vários mapas, mas está sem sucesso procurando esse lugar, portanto ao mesmo tempo ele pediu para o primeiro imediato e o cartógrafo axuliá-lo mapeando tudo o que podem.
Nenhum sinal de Terra

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 14 – Fevereiro
Existe alguma coisa indistinguível no horizonte, não posso afirmar se é terra ou não, o paciente se recupera aos poucos, e já respira com mais facilidade, se tudo der certo ele vai voltar ao normal em um período antes do esperado.Depois do banho que foi dado nele, talvez nenhum machucado infeccione e algumas marcas e hematomas comecem a desaparecer.
Nenhum sinal de Terra

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 15 – Fevereiro
Finalmente!Podemos dizer que certamente encontramos essa Terra de Prata!Não parece ser um continente, parece mais uma ilha para falar a verdade.Esperamos poder atracar sem problemas, mas pelo que os Grifos disseram é melhor ter cuidado depois da “tragédia” que eles falaram.
Sinal de Terra a vista!

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 16 – Fevereiro
Já posso sentir o cheiro da terra, se der certo em no máximo 2 dias chegaremos lá.
Sinal de Terra a vista!

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 17 – Fevereiro
Estamos bem próximos de chegar, alguns tripulantes estão se perguntando se é melhor ou não se aproximarmos do lugar, já que o mal tomou conta dele e supostamente só um humano restou.
Pensei nisso e é melhor investigarmos o lugar, talvez Cazeaje tenha alguma influência aqui, mas ainda me pergunto, como ninguém nunca viu essa ilha?
Sinal de Terra a vista.

Diário de Bordo – Comandante Lothos

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Dia 18 – Fevereiro
Atracamos, mas por via das dúvidas, vamos passar essa noite dentro do navio, Lire e seus arqueiros se ofereceram para passar a noite de vigia.
Ronan, o primeiro imediato e o cartógrafo terminaram o mapa, e calcularam que a rota levaria cerca de 1 ano inteiro se continuassem pelo caminho original passando por Ellia.
Estamos em Terra Firme.

Diário de Bordo – Comandante Lothos



Ronan não dormiu durante a noite, ficou acordado observando o horizonte a noite inteira, alguma coisa para ele estava errada.
Como podia um continente inteiro não ter sido visto?Ele iria investigar.Ele estava sentado na praia, a terra fria, e várias ondas quebravam ao longe, a lua estava cheia e brilhante e o céu estrelado acalmava qualquer um que olhasse para ele.
O guerreiro olhava para longe mas não via nada, estava absorto em pensamentos profundos.
A Aeronave estava no mar, mas presa por várias cordas, algumas cabanas, a maioria para falar a verdade, estavam armadas perto de lá.Cada barraca era grande e haviam vigias alternados a cada hora, para o caso de algum inimigo se aproximar.
A enseada durante a noite era bem mais sombria que durante o dia, talvez pela falta das luzes que o reino tem, geralmente a vista do castelo não é nada escura.
Ronan tinha seu quarto na torre leste do castelo.A enorme fortaleza tinha quatro torres principais, uma em cada ponto.E cada parte mais alta tinha um grupo de guerreiros que era liderado por um de valor.Para caso de ataques inimigos havia um sinal secreto com as chamas azuis.
A única vez que Canaban fora atacada foi durante a guerra negra
-Soldado, agora é o meu turno.Pode descansar.-Elesis saia da barraca, parecia que ainda não tinha dormido também, estava com os olhos atentos.
-Grato, Senhora!-O soldado saiu.
Elesis se aproximou um pouco de Ronan, ela o percebera assim que saiu da barraca.
-Parece que não fui a única a ficar acordada todo esse tempo.O que faz aqui fora?
-Não posso ficar calmo enquanto aquele garoto está nesse estado, não sei quem ou o que fez isso com ele.E o que garante que não faria o mesmo conosco?
-Tem razão, mas acho que ele ficará bem, Arme disse que no máximo em algumas semanas ele irá reagir.Qual será o nome dele?
-Só ele mesmo pode nos dizer...
-O que mais está lhe preocupando?Sei que não é só isso.
Ele se aproximou mais dela e falou mais baixo.
-Eu suspeito de...-Ele olhou em volta.-Motim.
-E por que ainda não alertou aos outros?
-Elesis, acha mesmo que se eu não alertasse a todos, eles não seriam mais discretos.Se contar para Lothos ou as outras, talvez desconfiem de todos a bordo, ainda mais agora que estamos em terra firme, seria mais fácil tomar a Aeronave e sair nos deixando aqui.
-E o que fariam se tomassem o navio?
-A Aeronave é munida de canhões poderosos, sem contar com os magos presentes, se eles tomassem a nave, poderiam voltar e tomar a coroa, ou até mesmo Vermécia inteira.
-Quem poderia estar por trás disso?
-Não faço ideia, mas percebi que a maioria do pessoal para de falar quando nos aproximamos.
-Ronan, vá descansar, você precisa para amanhã estarmos preparados para qualquer eventual ataque.
-Tenho que tentar.-Ele se virou para ir para a cabana mas, se virou.-Lembrei de uma coisa Elesis...O próximo turno é o meu.
-Pode deixar, eu cubro ele.
-Mas você também ficou a noite inteira acordada.Eu fico aqui.
-Não precisa, pode deixar comigo.
-Sem problemas, eu fico.
-Não, eu fico!
-Eu fico!-Os dois estavam gritando agora.Até que a C.Lothos saiu da barraca, e gritou para os dois.
-Querem para com isso?Se for o jeito fiquem os dois aí, mas me deixem dormir.-E voltou para a tenda.
-Pra ela é fácil falar, pegou o primeiro turno...-Disse Ronan, depois que ela entrou na barraca.
Elesis riu baixinho.
-Então pode ficar se quiser...-Disse Elesis.
-Vai me fazer companhia?-Ronan sorriu.
-Mas é claro!
No dia seguinte, Elesis acordou abraçada com Ronan.Aparentemente os dois caíram no sono.Assim que ela acordou ela empurrou ele para o lado.
E saiu logo em direção a tenda da élfa loira.
-Lire!Lire!-Ela entrou gritando.
-O que foi? - A garota acordou desorientada.
-Por que não me acordou?
-Como assim?Não estou entendo.
-O turno seguinte ao de Ronan era o seu, por que não me acordou, quando dormi...-Ela escolheu as palavras.-Do lado de fora?!-Elesis estava constrangida.
-Porque, você e ele formam um belo casal juntos.
-É verdade!-Falou a maga que passava por perto e escutou.
-Cale a boca Arme!O que está fazendo aqui falando nisso?
-O garoto acordou, vim avisar vocês.
Elesis e Lire se levantaram e correram em disparada para o lugar onde estava o garoto.
Ele abria os olhos mal, e já respirava com maior facilidade.Saíram alguns grunhidos, e ele mexeu os pés, depois as mãos.
-Pensei que ele só fosse se recuperar daqui a algumas semanas.-Disse Lire.
-Era pra ser assim, mas parece que alguma coisa aqui fez ele reagir, deve ser esse lugar.-A enfermeira estava olhando pra ele, tentava evitar que alguns hematomas fossem acertados enquanto ela limpava o rosto do garoto.
-Pode me ouvir?
-Humh...posso...-Ele falava pausadamente e a voz era fraca.-Quem...quem...são vocês?
-Somos a Grand Chase, viemos de Vermécia, e os Grifos lhe resgataram, e deixaram você conosco.
-Impossível...-Ele já começava a raciocinar mais rápido, e a se acostumar a claridade.No entanto os músculos ainda doíam muito.Ele tentou mexer os braços para se levantar.
-Não se mova, ainda não está recuperado...
-Não tem problema.-Ele se levantou e ficou sentado.
-Nos diga, quem é você?-Elesis puxou uma cadeira, aquela seria uma história longa.

Durante o decorrer do tempo, o grupo acabou por descobrir a existência de uma floresta magnífica e mágica.Esta era cheia de criaturas amigáveis e um bondoso ser chamado Ente Antigo, um ancião do lugar.
O Gigante de madeira, os deixou descançar no lugar, com sua proteção.E além disso, dedicou grande parte do seu tempo a preces as fadas e espíritos sagrados para a cura do garoto enfermo.
Lire passou grande parte do seu tempo ao lado do Ente ancião, em suas preces, rogava pela alma do seu companheiro perdido em batalha.
-Minha jovem elfa de cabelos cor do sol.-A voz era velha e cansada, porém bondosa a acolhedora.-És nobre de coração, já devem ter-lhe dito.Estou certo de que aquele que amas está neste momento olhando-a do paraíso.
-Eu espero...Mas, eu não lhe disse adeus.Os elfos tem natureza imortal, mas podem perecer em combate.Me entrestece isso.
-Jovem, já vi tantas luas que seriam necessárias todos os dias dos aqui presentes e talvez um pouco mais para se aproximar.Muitos dos que amo já se foram, e um dia, eu também vou-me.Mas posso fazer-lhe um favor, antes que seja tarde.-Ele levantou o braço lentamente e tocou a elfa na testa.
Neste momento, uma enorme sensação de calmaria tomou conta do corpo dela.E fechou os olhos, o vento ao seu redor brilhava, e as fadas da floresta giravam ao seu redor.Ela sentia que era levada a algum lugar.Não físico, mas espiritual.
Quando o círculo a sua volta cessou, ela se via em uma clara floresta, viva, cheia de alegria.Bem distante, alguém estava deitado a sombra de uma árvore, provavelmente dormindo.Ela caminhou, já sabendo quem era de fato.
Ao se aproximar, viu que ao seu lado, um pequeno animal dormia também, carregando uma folha exageradamente grande.
O menino pareceu perceber a presença e acordou.
-Você veio rápido.
-Como sabia que viria?-Ela não conseguia acreditar que estava vendo o menino que ela viu ser assassinado na sua frente.
-Os anjos me contaram.-Ele desviou o olhar para longe.-Lire eu...eu queria te dizer que...eu não tive tempo de te dizer, que você é muito especial para mim.-Os olhos dele começaram a se encher de lágrimas.-Eu desapontei todo mundo.A Elesis, o Ronan, você...
-Você não desapontou ninguém...Gaicoz encontrou a redenção.
-Você não entende?Essa não é a questão...Eu te amava Lire.
Lire tocou a face de Ryan com os dedos, era macia e lisa.Ele pegou a mão dela, era quente, calorosa.Uma sensação que não sentia a tempos.
Dizem que o amor élfico é o mais puro e belo que existe.Feito de amizades e de fraternidade, o verdadeiro sentimento de dividir uma vida pertence a eles.
Enquanto se abrassavam a luz deixava as sombras dos dois no chão.Um casal de anjos estava unido ao compasso de uma dança, que era executada agora pelos elfos.
Naquele momento, nada podia incomodar.Lire desncansou a cabeça no ombro de Ryan deixando de lado o mal, e o problema, aquele momento pertencia a eles.
Então, o momento da despedida chegou, e eles se afastaram de mãos dadas.Mas para ter certeza, de que nada passara de um mero sonho, ela o beijou.E desta vez, as fadas levaram Lire, sem preocupações.A elfa não disse adeus.Mas sabia o porquê desta vez.Despedidas são sempre ruins.
Ela ia se afastando, subindo.E na floresta restou apenas o garoto sorridente, e sua sombra com asas.
Quando ela retornou para junto do Ente, ele disse:
-Agora sabe como é do outro lado, disses adeus a teu amado?-Os olhos amarelos apagados e cansados a observavam.
-Não disse adeus, despedidas são sempre ruins.E sei que ele acha o mesmo.
A manhã veio silenciosa e calma.E Lire estava mais sorridente que nunca.Quando perguntaram-lhe o motivo, apenas disse "Tenho bons pressentimentos."

nosssa cara muito boa e amei XD muito boa mesm continue e naun pare o/

Tem gente que tem dom pra contar histórias...
Fabiomon-x com certeza é uma dessas pessoas maravilhosas que tem o dom de nos encantar com suas histórias....

Muita boa, boa mesmo
Parabéns...
Se eu não estivesse na correria de escola também começaria a escrever fan fic....